Entenda o Processo da Cana, o Vazamento no Rio Piracicaba e as Medidas Necessárias para Mitigação Ambiental
- Talita Martins Oliveira
- 19 de jul.
- 2 min de leitura
Recentemente, um vazamento classificado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) como mel residual ocorreu no Rio Piracicaba, resultando em sérios impactos ambientais, incluindo a mortandade de peixes. Mas o que é mel residual e como ele se encaixa no processo de produção da cana-de-açúcar?
A produção de etanol e açúcar a partir da cana-de-açúcar gera diversos subprodutos, sendo a vinhaça, também conhecida como vinhoto ou restilo, um dos mais significativos. Para cada litro de etanol produzido, são gerados aproximadamente 13 litros de vinhaça. Com a produção de etanol estimada em 27,3 bilhões de litros na safra 2022/2023 no Brasil, foram gerados mais de 350 bilhões de litros de vinhaça.
A vinhaça é um resíduo aquoso rico em nutrientes como potássio, enxofre, nitrogênio, cálcio e magnésio, e apresenta um pH ácido (3,5-5) e coloração marrom escura devido à presença de melanoidinas. Esse subproduto é amplamente utilizado na fertirrigação dos canaviais, fornecendo nutrientes essenciais para o crescimento da cana-de-açúcar. O mel residual, classificado pela CETESB, refere-se a um subproduto similar gerado durante o processo de produção de açúcar e etanol. Esse resíduo possui uma alta carga orgânica e pode causar sérios impactos ambientais se liberado no meio ambiente sem tratamento adequado.
No caso do Rio Piracicaba, a liberação de mel residual resultou na depleção de oxigênio na água, levando à asfixia de peixes e outros organismos aquáticos.
Para evitar impactos ambientais como estes advindos de um vazamento de mel residual, algumas ações podem ser priorizadas. Primeiramente, focar em soluções tecnológicas que diminuem a geração desse resíduo, como a implementação de tecnologias de tratamento, como a digestão anaeróbia para a produção de biogás.
Além de reduzir a geração, também é importante empregar técnicas para reduzir significativamente a carga orgânica antes da disposição. Além disso, estabelecer um sistema de monitoramento contínuo da qualidade da água e do solo nas áreas afetadas.
Agora, pós acidente, é necessário focar em projetos que possam apoiar a restauração dos ecossistemas aquáticos, incluindo a curto prazo a remoção dos peixes mortos que contribuem para agravar a qualidade da água, a médio prazo a reintrodução de espécies nativas de peixes para recuperar a biodiversidade local tanto da fauna quanto da flora, principalmente porque já atingiu área de reserva que possui espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, será necessário focar no social e promover soluções para os pescadores e demais impactados.
Entender o processo de produção de cana-de-açúcar e os potenciais riscos ambientais associados aos seus subprodutos é essencial para prevenir e mitigar acidentes como o ocorrido no Rio Piracicaba.
Neste momento a adoção de tecnologias de tratamento e práticas de manejo sustentável são fundamentais para garantir a preservação dos recursos naturais e a Equos Consultoria ESG , especializada em práticas de ESG e restauração de acidentes ambientais, se posiciona como uma parceira estratégica na adoção dessas práticas, oferecendo soluções para minimizar os impactos ambientais e promover uma gestão mais sustentável dos resíduos da indústria sucroalcooleira.



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